domingo, 22 de março de 2009

Memórias póstumas de Brás Cubas

Os leitores acostumados com as histórias tradicionais tiveram uma grande surpresa com esse livro: seu narrador era um... Defunto! Um defunto que resolveu distrair-se um pouco da monotonia da eternidade escrevendo suas memórias com a “pena da galhofa e a tinta da melancolia”
Livre das convenções sócias, pois está morto, o narrador Brás Cubas fala não só de sua vida mas de todos os que com ele conviveram, revelando q hipocrisia das relações humanas. Ao longo do livro são narrados vários casos: sua paixão juvenil pela bela e interesseira Marcela, que o amou “ durante quinze meses e onze contos de réis”; sua amizade com o filosofo maluco Quincas Borba; seus amores clandestinos com uma mulher casada, Virgília. Mas a ordem da narrativa nem sempre é linear- muitos fatos vão se encadeando conforme as lembranças de Brás Cubas e não necessariamente de acordo com a seqüência cronológica em que ocorreram.
As reflexões sarcásticas de Brás Cubas vão impregnando o texto de um pessimismo radical.
Nada resiste a essa analise impiedosa, e suas últimas palavra resumem bem essa concepção amarga e negativista da vida; “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”.
Brás Cubas está regressando ao Brasil, depois de uns tempos de estudo em Portugal. No caminho de casa, sofre um acidente que quase lhe tira a vida.



Sarmento, Leila Lauar
Português: literatura, gramática, produção de texto: Volume único / Leila Lauar Sarmento, Douglas Tufano – São Paulo : Moderna, 2004.

2 comentários:

  1. Qual o motivo de o autor ter escrito a obra tendo um narrador morto?

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  2. Por estar morto Bras Cubas conta sua história sem a preocupação que uma pessoa viva teria, como não ter a necessidade de mentir, pois deixou o mundo e todas suas ilusões. Ele se sente livre de qualquer julgamento por isso conta sua vida com detalhes sem medo.

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